PAIS DE PATRÍCIA ROBERTA SE EMOCIONAM APÓS CONDENAÇÃO DE ACUSADO: 'A JUSTIÇA PELA MINHA FILHA FOI FEITA'


Os pais de Patrícia Roberta, assassinada em abril de 2021 em João Pessoa, afirmaram que "a Justiça foi feita" pela jovem, após o julgamento que definiu a condenação do acusado pelo crime, nesta quinta-feira (25). Jonathan Henrique, acusado de matar a jovem e ocultar seu cadáver, foi condenado a 21 anos e dois meses de prisão.

Paulo Roberto, pai da vítima, agradeceu a Justiça após o resultado. Depois da condenação de Jonathan, o pai de Patrícia Roberta afirmou que é momento da família da jovem "colocar a vida em dia".

"Temos só o que agradecer, agradecer porque a justiça pela minha filha foi feita. Agora é uma nova caminhada, é hora de colocar a vida e a cabeça em dia, porque eu sei que ele (Jonathan) não vai estar fora (em liberdade) para ofender mais filha de cidadão nenhum", afirmou Paulo Roberto, pai de Patrícia Roberta.

A mãe da jovem assassinada, Vera Lúcia, também afirmou que a justiça foi feita, e agradeceu a todas as pessoas que apoiaram a família durante os mais de dois anos em que eles aguardaram o julgamento.

"A gente estava esperando esse resultado e estamos aqui para agradecer a população e a todos os envolvidos. Justiça a gente veio buscar e Justiça foi feita por Patrícia Roberta, para que ele (Jonathan) passe um bom tempo trancado, para não fazer mais famílias passarem o que a gente está passando", disse Vera Lúcia, mãe de Patrícia Roberta.

O julgamento

Seis testemunhas foram ouvidas na audiência, todas de acusação. Na sequência foi a vez de Jonathan depor, porém, a defesa dele pediu direito parcial ao silêncio, sendo assim, o acusado respondeu apenas perguntas da própria defesa.

A sentença foi lida no final da noite, após mais de 14 horas de julgamento. Jonathan vai responder a 20 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de Patrícia Roberta, e mais um ano e dois meses pela ocultação de cadáver.

Acusado confessa morte e ocultação de cadáver

Durante a audiência nesta quinta-feira (25), Jonathan respondeu apenas perguntas da própria defesa. Em sua versão, Jonathan alegou que a morte de Patrícia aconteceu durante uma relação sexual. Ele disse que fez uso da asfixiofilia, prática sexual que envolve asfixia . “Eu não sei o que aconteceu, acho que eu ainda não estava em estado normal, porque aconteceu essa tragédia”, afirmou no interrogatório.

Ele também acrescentou que entrou em pânico quando a ex-namorada, que estava grávida do filho dele na época, e a ex-sogra chegaram no local. Ele contou que colocou o corpo em outro quarto para escondê-lo.

Ele também contou como teria sido o fim de semana antes de matar a jovem. Ele afirmou que Patrícia chegou na sexta à noite. Eles beberam, dormiram. No sábado, ele foi consertar a moto e ela ficou no apartamento dele. À noite do sábado foram para uma festa no bairro Valentina de Figueiredo. Ele disse que consumiu várias drogas. Voltaram da festa e dormiram. A morte foi no domingo.

No entanto, o promotor Demétrius Castor afirmou que a versão da ida de Jonathan para a festa com Patrícia era mentirosa. Ele afirmou que uma amiga do acusado disse em depoimento que ele foi para o apartamento dela, enquanto Patrícia ficou trancada. Disse ainda que tem imagens que mostram ele saindo do apartamento da amiga na manhã do domingo.

Relembre o caso

No dia 27 de abril de 2021, o corpo de Patrícia Roberta, de 22 anos, foi encontrada com os pés amarrados e envolto em um saco, em uma região de mata no bairro do Novo Geisel, em João Pessoa. De acordo com o laudo da causa da morte, a vítima foi morta por asfixia ou por esganadura.

Patrícia Roberta, natural de Caruaru, em Pernambuco, havia viajado a João Pessoa para visitar o amigo Jonathan Henrique, chegando na cidade em 23 de abril. O acusado combinou de buscar a vítima, mas acabou não indo e disponibilizou um carro por aplicativo para levá-la até sua casa. 

No sábado, 24 de abril de 2021, Jonathan deixou Patrícia trancada em seu apartamento, dizendo que precisava resolver uma "situação". Conversando com a mãe por chamada de vídeo, Patrícia disse que estava triste porque tinham combinado de passear.

Ainda de acordo com a troca de mensagens com a mãe, Patrícia relata que Jonathan só chegou no domingo, dia 25, e avisou que ambos voltariam juntos para Caruaru. Depois disso, Vera Lúcia, mãe de Patrícia, não conseguiu mais falar com a filha.

Já na segunda-feira, 26 de abril, a família veio para João Pessoa e registraram o desaparecimento da jovem. As polícias Civil e Militar iniciaram as buscas pela vítima.

Os policiais foram até Gramame, onde Jonathan morava. Na madrugada de terça-feira (27), uma testemunha relatou que viu o acusado sair com o que depois seria o corpo de Patrícia enrolado em um tapete. Com isso, a polícia iniciou as buscas pelo acusado e pelo possível corpo de Patrícia.

No dia seguinte, o corpo da jovem foi encontrado em uma região de mata, no bairro do Novo Geisel, perto de onde Jonathan morava. Jonathan foi preso na casa de um amigo, no bairro de Mangabeira II, onde também foi encontrada a moto que teria sido usada para transportar o corpo da jovem até o local onde foi encontrado.

Jonathan foi apontado pelo Ministério Público sendo o autor do homicídio qualificado praticado contra a vítima, sendo a causa da sua morte asfixia por esganadura ou estrangulamento, com o uso de meios que incapacitaram a defesa de Patrícia.

G1 Caruaru

Postar um comentário

0 Comentários