CÂMARA COMEÇA A DEBATER IMPEACHMENT DE TRUMP; REPUBLICANOS PASSAM A APOIAR MEDIDA


Com segurança reforçada no Capitólio, congressistas começaram a analisar nesta quarta-feira (13) o segundo processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Câmara dos Representantes.

 

Trump deve se tornar o primeiro presidente americano da história a sofrer dois impeachments. Desta vez, ele é acusado formalmente de incitar à violência que resultou na invasão do Capitólio, sede do Congresso americano, na semana passada.


Ao contrário do Brasil, o presidente dos EUA não é afastado quando o processo de impeachment é aprovado na Câmara. A remoção definitiva só ocorre caso o processo seja aprovado também pelo Senado.


Assim, Trump deve permanecer no cargo até a próxima quarta-feira (20), quando Joe Biden será empossado.

 

No primeiro impeachment, Trump foi condenado pela Câmara mas absolvido pelo Senado (e nenhum deputado republicano e só um senador do partido votou contra o presidente). Desta vez, já são cinco deputados os que anunciaram que vão votar pelo impeachment (veja mais abaixo).

 

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VOTAÇÃO NO SENADO


Nunca um presidente americano teve o impeachment aprovado no Senado. Antes de Trump, Andrew Johnson e Bill Clinton também tiveram seus processos de impeachment aprovados pela Câmara e foram absolvidos pelo Senado. Já Richard Nixon renunciou antes de o processo ser votado na Câmara.

 

A dúvida é se os senadores republicanos que romperam com Trump conseguirão formar a maioria de dois terços no Senado para destituí-lo. Outra incógnita é se o Congresso pode continuar com o processo mesmo após ele deixar de ser presidente.

 

Apesar disso, o líder do Partido Republicano afirmou a interlocutores que está satisfeito que os democratas estão tentando tirá-lo do cargo e que o presidente cometeu crimes passíveis de impeachment, segundo o jornal "The New York Times".

 

Mitch McConnell, senador pelo Kentucky que apoiava Trump, condenou a invasão ao Capitólio que resultou em cinco mortes e disse reservadamente que, com o impeachment, será mais fácil expulsar Trump do partido.

 

DISSIDÊNCIA NA CÂMARA


Entre os congressistas que anunciaram voto contra Trump estão:

 

Liz Cheney, deputada por Wyoming: terceira republicana da Câmara, afirmou na noite de terça que votaria pelo impeachment pelo papel que o presidente teve na "morte e destruição no espaço mais sagrado de nossa República";


John Katko, deputado por Nova York: ex-promotor federal, foi o primeiro republicano a anunciar publicamente que apoiaria o impeachment;


Adam Kinzinger, deputado por Illinois: crítico frequente de Trump, afirmou que o presidente americano "encorajou uma multidão enfurecida a invadir o Capitólio dos Estados Unidos";


Fred Upton, deputado pelo Michigan: disse em comunicado que votaria pelo impeachment após o Trump “não expressar arrependimento” pelo que aconteceu no Capitólio;


Jaime Herrera Beutler, deputada pelo estado de Washington: disse que votaria pelo impeachment por acreditar que o presidente violou seu juramento: "Vejo que meu próprio partido será melhor atendido quando aqueles entre nós escolherem a verdade".


BIDEN NÃO TOMA POSIÇÃO


Ao contrário dos congressistas democratas -- como a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o líder do partido no Senado, Chuck Schumer --, o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, se recusou a endossar o processo de impeachment e deixou a decisão a cargo do Congresso.

O futuro presidente não quer inflamar os ânimos entre os republicanos e agregá-los novamente em torno de Trump, em um momento em que o presidente e seu partido estão enfraquecidos. Ele também foge do desgaste político, da paralisia legislativa e de um desvio de rota de sua agenda no Congresso.

 

Para Biden, o ideal seria que o processo de impeachment sofresse uma pausa no Senado. Assim, não poria em risco os planos para combater a pandemia do novo coronavírus e seus reflexos na economia americana.


Do G1

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