Em nota divulgada nesta sexta-feira pela manhã, o São Paulo
disse que não pedirá a anulação da partida contra o Ceará, disputada na última
quarta-feira, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro - o jogo terminou 1 a 1.
O clube, porém, pediu que a aplicação do VAR seja revista pela CBF.
No texto, o São Paulo afirma que " não quer, no
entanto, se beneficiar do que teria sido um erro. Nos orgulhamos de nossa
história incontestável e sem asteriscos, e assim a manteremos".
A polêmica começou quando o árbitro Wagner do Nascimento
Magalhães cometeu um erro de direito ao mudar uma marcação após permitir o
reinício da partida (assista no vídeo acima).
O lance no segundo tempo começou com chute de Luan que
desviou na zaga do Ceará e chegou a Pablo, impedido, que não conseguiu dominar.
Na sequência, Luciano chutou, e Pablo, em condição legal, aproveitou o rebote e
marcou o gol.
O juiz, primeiro, anulou o gol com anuência do bandeira.
Depois, em consulta ao VAR, validou o gol - ele fez o sinal de VAR com a mão e
apontou meio de campo. Magalhães apitou o reinício de jogo, o Ceará tocou na
bola, mas, logo em seguida, o árbitro parou novamente o jogo e apontou
impedimento, anulando o gol de Pablo.
A CBF, na quinta-feira à noite, admitiu que houve erro na
decisão. A entidade culpa "uma comunicação paralela, mantida entre o
árbitro central e o quarto árbitro, a respeito da aplicação de um cartão
amarelo para um jogador do Ceará, prejudicou a comunicação que vinha sendo
mantida entre o árbitro de campo e o VAR. E fez com que o árbitro central não
ouvisse a solicitação da cabine do VAR e autorizasse o reinício da
partida".
+ São Paulo x VAR: veja as polêmicas com o clube no
Brasileirão
LEIA ABAIXO A NOTA DO SÃO PAULO:
"Jogamos futebol porque acreditamos nesse esporte como
meio de atingir a felicidade. O futebol é, no Brasil, a maior expressão do povo
brasileiro. E este esporte, os clubes de futebol e os campeonatos só existem
por causa da paixão - para quem não sabe, é disso que o futebol é feito e é
isso que o mantém vivo, de geração para geração.
Ocorre, no entanto, que acontecimentos como o presenciado
nesta quarta-feira (25), na Arena Castelão, em nossa partida contra o Ceará,
estão ferindo e fazendo sangrar, dia após dia, a paixão pelo futebol.
O São Paulo deixa claro que sabe que houve impedimento no
lance e que a decisão correta seria a anulação do gol, mas alerta que isso não
implica na inexistência do indiscutível erro de direito que veio a seguir e que
justifica esta nota.
O erro da arbitragem foi algo acima de interpretação, que
incorre em descumprimento de regra básica do jogo: o próprio Livro de Regras,
que embasa a arbitragem brasileira e é documento público disponibilizado pela
CBF, afirma que não se pode alterar uma decisão após o reinício da partida.
Vimos o contrário acontecer, no entanto.
Em nota oficial publicada na noite desta quinta-feira (26),
a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF não só atestou que houve, sim, uma
alteração da decisão do VAR após o reinício do jogo, como também relatou que
houve uma falha de comunicação entre o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães e
o VAR causada por uma comunicação paralela e simultânea entre o árbitro de
campo e o quarto árbitro.
É preciso, hoje, que um clube diga com clareza que a
aplicação do VAR precisa ser revista no Brasil. A tecnologia é bem-vinda, mas
precisa ser bem aplicada. Todo o futebol brasileiro se beneficiará de mais
capacitação, transparência e de maior clareza quanto às diretrizes que embasam
as decisões. Precisamos cuidar do futebol brasileiro.
Vale lembrar que esta não foi a primeira vez em que o São
Paulo foi prejudicado em uma decisão de jogo que envolveu o VAR. Há três meses
tivemos um atleta agredido no Morumbi em clássico contra o Corinthians em lance
que não resultou em punição para o agressor, e também um gol de Luciano contra
o Atlético-MG em que a tecnologia de vídeo apontou impedimento equivocadamente
- erro posteriormente assumido pela Comissão Nacional de Arbitragem.
Como futebol é feito e vive de paixão, o São Paulo
aproveita o momento para relembrar do que este clube é feito em sua essência.
Este clube tem princípios, é balizado pela retidão de conduta e se orgulha de
fazer o correto. Por isso, não ingressará com o pedido para anulação da partida
apesar de ter a segurança que o pleito seria aceito uma vez que houve evidente
erro de direito e descumprimento de regra básica do jogo.
O São Paulo não quer, no entanto, se beneficiar do que
teria sido um erro. Nos orgulhamos de nossa história incontestável e sem
asteriscos, e assim a manteremos".
Do ge
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