
A
taxa de desemprego no Brasil ficou em 11% no trimestre encerrado em dezembro,
atingindo 11,6 milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta sexta-feira
(31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a terceira queda seguida
do indicador, que ficou em 11,2% nos três meses até outubro. Com isso, a taxa
de desemprego segue no menor patamar desde o trimestre encerrado em março de
2016, quando foi de 10,9%. Para trimestres encerrados em dezembro, é a menor
taxa registrada desde 2015, quando ficou em 8,9%.

“Verificamos um aumento
significativo (de postos de trabalho) ao longo do ano. Isso tem a ver com contratações
em diversas áreas e uma reação do comércio a partir do fim do ano. Claro, nessa
época do ano devemos levar em consideração a sazonalidade característica do fim
do ano. Precisamos esperar para verificar se essas pessoas permanecerão
empregadas”, afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
“Alguns setores, como
construção e indústria, que vinham apresentando quedas, conseguiram contratar”.
Segundo o IBGE o maior
destaque em relação aos três meses anteriores (julho a setembro) foi o aumento
de 1,8% no contingente de empregados no setor privado com carteira assinada,
que atingiu 33,7 milhões de pessoas. Na mesma comparação, o número de
trabalhadores sem carteira assinada ficou estável, em 11,9 milhões.
“Houve um crescimento
expressivo do emprego com carteira assinada, com expansão de 1,8%, o que não
ocorria desde o início da série, em 2012", apontou em nota a analista do
IBGE Adriana Beringuy. Ainda assim, o número total de trabalhadores com
carteira é cerca de 3 milhões inferior ao recorde da série, alcançado em 2014,
quando foram registrados 36,7 milhões.
INFORMALIDADE NO TRIMESTRE
Os dados do IBGE mostraram
também que a taxa de informalidade atingiu 41% no quarto trimestre, um
contingente de 38,4 milhões de pessoas. A categoria por conta própria, com 24,6
milhões de pessoas, ficou estável no último trimestre. Na comparação com o
último trimestre de 2018, houve elevação (3,3%), representando um adicional
estimado de 782 mil pessoas.

DESEMPREGO MÉDIO DE 11,9% EM 2019
No ano de 2019, a taxa média
de desocupação foi de 11,9%, ante 12,3% em 2018. Também no ano, a pesquisa
apontou um contingente de 12,6 milhões de pessoas desocupadas, 1,7% a menos que
em 2018.
Apesar da queda em relação a
2018, esse número de desocupados representa quase o dobro dos 6,8 milhões
registrados em 2014, o menor ponto da série.

2019 TEVE MAIOR INFORMALIDADE EM 4 ANOS
Já a taxa de informalidade
(soma dos trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira,
empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar)
ficou em 41,1% da população ocupada no ano. Esse número equivale a 38,4 milhões
de pessoas, o maior contingente desde 2016.
Na passagem de 2018 para
2019, houve uma alta de 4% no número de trabalhadores sem carteira assinada no
setor privado (exceto domésticos), para 11,6 milhões de pessoas – o maior
patamar da série histórica iniciada em 2012.

O número de trabalhadores
por conta própria também atingiu o maior nível da série, subindo para 24,2
milhões. A maior parte deles (19,3 milhões) não tinha CNPJ – uma alta de 4,1%
sobre 2018, e de 3,9 milhões de pessoas desde 2012, segundo o IBGE.

Entre os trabalhadores com
carteira assinada, a alta foi de 1,1% entre 2018 e 2019. A criação de 356 mil
vagas interrompeu a trajetória descendente registrada entre 2015 e 2018, mas
foi menor que o crescimento da informalidade.
De acordo com o
levantamento, do acréscimo de 1,8 milhão no número de ocupações em 2019, 446
mil foram sem carteira assinada; e a maior parte, 958 mil, são ocupações de
trabalhadores por conta própria, dos quais 586 mil sem CNPJ.
Já o número de trabalhadores
domésticos chegou a 6,3 milhões, permanecendo praticamente estável em relação à
estimativa de 2018 (6,2 milhões). Mas o número de pessoas com carteira assinada
caiu 3%, de 1,819 milhão para 1,764 milhão, enquanto o contingente sem carteira
assinada manteve-se estável, somando 4,5 milhões.

O número de empregadores
totalizou 4,4 milhões em 2019, estável em relação à 2018, mas representando um
crescimento de 24,5%, frente ao início da série, em 2012.
SUBUTILIZAÇÃO FOI RECORDE EM 2019
O IBGE também apontou que a
população subutilizada na força de trabalho (que inclui pessoas desocupadas,
subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho
potencial), que chegou a 27,6 milhões em 2019, uma alta de 1,2% sobre 2018, o
maior valor da série e 79,3% acima do menor patamar (15,4 milhões), apurado em
2014.
RENDIMENTO
Os dados mostraram que o
rendimento médio real habitual ficou estável na passagem do terceiro para o
quarto trimestre de 2019, em R$ 2.340. Já a média anual ficou em R$ 2.330, com
pequena variação (0,4%) em relação a 2018.
A massa de rendimento real
habitual (R$ 216,3 bilhões) cresceu 1,9% em relação ao trimestre de julho a
setembro. Frente ao mesmo trimestre de 2019, houve alta de 2,5%. A média anual
(R$ 212,4 bilhões) subiu 2,5% em relação a 2018.
“O rendimento médio
verificado na pesquisa ainda não mostra uma reação – está estável", disse
Adriana Beringuy. "Essa estabilidade está associada ao fato de boa parte
das pessoas ocupadas estar inserida em ocupações de baixo rendimento. Além disso,
setores importantes como indústria, construção e transporte não apresentaram
expansão de rendimentos. Ou seja, vemos que há mais gente trabalhando, mas isso
não se refletiu no aumento de rendimentos”.
Fonte : IBGE
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