
A ex-deputada federal pelo PSB e ministra do
Tribunal de Contas da União Ana Arraes, filha do ex-governador Miguel Arraes e
mãe do ex-governador Eduardo Campos, expôs com todas as letras a cisma que
existe hoje na relação entre as famílias Campos-Arraes e entre os socialistas
após a morte do filho, Eduardo Campos.
A ministra disse que, após deixar o TCU,
em dois anos e meio, não planeja se aposentar da vida pública, citando a
disputa do governo do Estado. O blog lembrou que existe uma fila e que o
prefeito do Recife, Geraldo Julio, é um dos candidatos já declarados. “Ai é um
problema dele (se vai gostar ou não). Eu quero saber é quem é mais antigo. Quem
tem mais o que mostrar, em termos parlamentares”, afirmou, em entrevista
exclusiva ao blog nesta terça-feira.
Quando falava do desejo de cuidar da
população, Ana Arraes lembrou um episódio do passado, quando foi abordada por
crianças no interior que lhe pediam merenda escolar. Ela disse que foi a
Eduardo Campos governador e pediu que instituísse merenda para todos aqueles
que estudassem na rede pública e que assim foi feito, ao custo de R$ 5 milhões
inicialmente.
Neste meio tempo, aproveitou um projeto de lei do ex-presidente
Lula, que por esforço seu nas comissões parlamentares chegou a ir ao plenário
para virar lei. Sem falar com João Campos Na entrevista, Ana Arraes revela que
está sem falar com o neto João Campos e que esperava desculpa por parte dele,
depois de ter criticado o tio, Antônio Campos, atual presidente da Fundaj, de
forma indireta, em plena Câmara dos Deputados, no dia em que os deputados
federais estavam arguido o ministro da Educação.
Ana Arraes disse que passou o
Natal sem falar com o neto. “Falta de respeito na minha família não existe, eu
não admito”. Na briga com João Campos e Antônio, Ana Arraes disse que não
repreendeu o filho pela reação, pouco
diplomática. “Quem fala o que quer, ouve o que não quer”, afirma, antes de
alguns risos. Marília Arraes e o nome de Miguel Arraes.
Sobre as pretensões da
deputada federal Ana Arraes, que também pleiteia o cargo de prefeita do Recife
e se apresenta como uma das pré-candidatas, pelo PT, Ana Arraes diz que é um
direito dela e que todos tem direito de disputar, mas o nome do ex-governador
Arraes não pode ser usado sem critérios. “Quero dizer que a origem política é
minha. Eu sou filha de Arraes, eu sou mãe de Eduardo Campos. O nascedouro é
meu!” Ana Arraes evitou fazer alguma avaliação sobre o primeiro mandato do
neto, ou se ele estava preparado para ser prefeito do Recife. “Não vou fazer
diagnóstico. Tem que perguntar a ele”.
Na conversa informal, Ana Arraes evitou
especular sobre as eleições em Olinda, onde Antônio Campos volta a ter o nome
especulado para a disputa. Nas eleições passadas, o filho chegou a disputar o
cargo pelo PSB, mas não obteve sucesso. “(Antônio Campos) foi traído mesmo,
pelo PSB. Mas está cedo (para avaliações) vamos esperar mais um pouquinho”.
Ana
Arraes foi questionada se um dos seus objetivos seria demarcar o legado de
Miguel Arraes e Eduardo Campos em contraposição ao legado da família Andrade
Lima, de Renata Campos, viúva de Eduardo Campos e mãe do deputado federal João
Campos. Sem citar Renata Campos “Ela não … (começa a falar, mas corta o próprio
pensamento)”, diz inicialmente, antes de recompor a linha de raciocínio.
“O
legado de Arraes é tão explicito que, quando Eduardo Campos foi candidato (ao
governo do Estado) eu também fui candidata (a deputada federal). Essa parte
atual eu não tenho nada a dizer”. Ana Arraes disse que não pretende mais falar
e causar polêmica, mas acrescenta que não lhe falta resolução. “Sou calma, meço
o que vou fazer, mas quando eu faço, eu faço com muito zelo”.
Fonte : Jamildo
0 Comentários